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Odontologia Veterinária

[Blog Autenticão] Odontologia Veterinária: curiosidade ou realidade?

Texto colaboração da Dra. Michele Venturini,  publicado originalmente no site Autenticão.
Em 1976, nos EUA, foi fundada a AVDS – American Veterinary Dental Society com o intuito de reunir profissionais com enfoque em odontologia veterinária e em 1988, também nos EUA, foi fundado o AVDC American Veterinary Dental College que confere título de especialista através de exames.
No Brasil, em 1994 fundamos o Odontovet, que foi o primeiro centro odontológico veterinário do Brasil e segundo no mundo e depois, em 2002 foi fundada a ABOV – Associação Brasileira de Odontologia Veterinária. A odontologia veterinária era realmente uma curiosidade!
Colegas e tutores quase riam de nós quando mencionávamos que:
  • Para um dente com fratura, seria necessário tratar o canal e também fazer uma restauração;
  • Problemas de dentes mal posicionados que podem causar desconforto e dor no paciente – poderiam ser resolvidas com aparelhos nos cães (ortodontia);
  • Que não é normal um cão ou gato ter hálito ruim e perder seus dentes e que isso é devido à doença periodontal. Esta é causada pela placa bacteriana que se acumula sobre os dentes e se calcifica formando o tártaro. No começo da doença, temos apenas gengivite (inflamação da gengiva) e com sua evolução, o osso é comprometido (periodontite) até o dente cair. Essa doença causa dor (apesar dos animais não demonstrarem) e pode diminuir a expectativa e qualidade de vida do seu peludo. Sabe-se que 85% dos cães e gatos com 3 a 5 anos de idade tem algum grau de doença periodontal.
Atualmente, nas faculdades, pouco, ou quase nada, se aprende sobre odontologia veterinária. Os profissionais que querem se aprofundar podem fazer um curso de especialização (normalmente com duração de aproximadamente um ano e meio). A procura pelos cursos de especialização tem sido maior mostrando o aumento do interesse na área pelos médicos veterinários. No Brasil ainda não existe o título de especialista em odontologia. Somos profissionais especializados.
 
Sendo assim, com crescente número de pessoas atuando na área, o ideal é que, sempre que o cão ou gato apresentar algum problema na boca, o proprietário procure um dentista veterinário. Para nós humanos é assim, não é? Quando estamos com um problema na boca ou quando uma criança precisa de cuidados orais, vamos ao dentista e não ao médico, não é mesmo?
 
Hoje, após 24 anos nos dedicando a aumentar a saúde oral de nossos pets através de tratamentos de ponta e de palestras e sendo exemplo para muitos profissionais, toda a equipe do Odontovet tem a certeza que a odontologia veterinária já é uma realidade.
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Mau hálito

Mau hálito em cães não é normal, e nem legal!

Em entrevista dada à revista Cães Amigos na edição 57, a Dra. Michelle Venturini fala um pouco mais sobre o bafinho dos cães e como prevenir o mau hálito, sintoma que incomoda tutores e que, principalmente, indica problemas na boca.

“Assim como nós, os cães têm vários tipos de bactérias na boca. Elas acumulam-se sobre os dentes formando o que conhecemos como placa bacteriana. Em nossa cavidade oral, podemos identificar a placa quando passamos a língua sobre os dentes e sentimos uma camada espessa, rugosa, e, quando escovamos nossos dentes e usamos fio dental, é esta camada que removemos, promovendo saúde aos dentes e gengiva.

Mas quantos de nós escovam diariamente os dentes de seus amigos peludos?

Não fazer a higiene diária permite que a placa bacteriana se organize, amadureça e cause inflamação da gengiva, mais conhecida como gengivite – que é um processo reversível, mas no qual o cão já apresenta um “bafinho”. Esta é a hora de intervir!

Se não houver tratamento imediato, a placa, com o tempo, pode se calcificar e formar o tártaro, problema normalmente presente sobre os dentes dos cães. E sobre este tártaro mais placa bacteriana se acumulará e a inflamação, que inicialmente era apenas na gengiva, passará a comprometer as estruturas mais internas que sustentam o dente e que poderão ser destruídas. Nessa fase já identificamos o problema como doença periodontal, ou periodontite, que é grave e irreversível, e onde o mau hálito fica cada muito mais forte e passa a incomodar.

Se nada for feito até este momento, a doença pode evoluir tanto que os dentes ficam abalados e caem sozinhos. Quando isso acontece ja é um alívio para o cão, pois finalmente ele fica livre de dor, sem desconforto e sem um foco de infecção. Isso mesmo, infecção! A doença periodontal, desde sua fase inicial (gengivite) até suas fases mais avançadas (periodontite) é uma infecção. E o pior, ela não compromete apenas a boca, mas todo o organismo, pois as bactérias e seus produtos entram na circulação sanguínea e podem comprometer órgãos como coração, fígado e rins.

Como prevenir

Para prevenirmos essa doença tão prejudicial aos nossos amigos, o ideal é realizar diariamente a escovação dos dos dentes, de preferência desde que sejam filhotes, para que eles se acostumem.

Claro que a escovação dental diária não é a única forma de cuidarmos da saúde oral, pois, assim como nós, eles também precisam passar pelo dentista veterinário e fazer uma profilaxia, também chamada de limpeza de tártaro, uma vez ao ano ou sempre que estiverem com mau hálito, independente se tiverem um ano de vida ou 16 anos.

Começou a ter o cheiro ruim na boca, mesmo que ele não tenha muito tártaro sobre os dentes, está na hora de um tratamento. Isso é prevenção. A cultura de deixar juntar mais tártaro para fazer o tratamento é errada e prejudicial ao seu pet. 

Se seu cão nunca escovou os dentes e já estiver com os dentes comprometidos pela doença periodontal, é necessário fazer primeiro o tratamento periodontal para depois começar a escovar seus dentes. Iniciar a escovação com a doença instalada, só vai causar dor e não vai adiantar. É muito importante lembrar que para que o tratamento seja realizado de forma adequada, os cães precisam estar anestesiados. Hoje em dia, a anestesia inalatória com monitorização e a realização de exames pré-anestésicos nos permitem anestesiar qualquer paciente, com 3 ou 17 anos, com muita segurança.

Lembre-se sempre: a saúde começa pela boca!”

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Zooterapia

O uso de pets na Zooterapia

Você provavelmente já ouviu falar de alguém que melhorou da depressão, aliviou sintomas de ansiedade ou crianças que melhoraram problemas comportamentais depois de se relacionarem com pets, né? Pois a utilização de animais para tratamento tem nome: Zooterapia.

A Zooterapia é uma metodologia milenar (estima-se que seu uso teve início por volta do século XVIII), psico-educativa, que utiliza pets como uma técnica de terapia assistida, servindo como estímulo para pessoas com variados tipos de doenças. Ela consiste em técnicas de reabilitação ou reeducação de alterações tanto físicas quanto psíquicas, sociais ou de comportamento. As mais comuns são: ansiedade, depressão, estresse, problemas de hipertensão, deficiências físicas.

Dentro da zooterapia é possível usar diversos pets como agentes de estímulo positivo.

Os pets mais comuns para a prática da zooterapia são os cachorros, mas há avanços com uso de coelhos, aves, gatos e diversos outros pets. O cavalo também é muito usado na zooterapia, principalmente com crianças que têm problemas como paralisia e síndrome de Down.

Aqui no Brasil, a prática da zooterapia já é utilizada em hospitais, inclusive pelo SUS, e em projetos independentes, especialmente com crianças e idosos. Apesar disso, a escassez de cursos de especialização no país, e por consequência a pouca quantidade de profissionais nessa área fazem com que seja um recurso ainda pouco explorado.

O mais importante, acima de tudo, é que os pets sejam constantemente acompanhados e estejam com a saúde em dia, inclusive a saúde bucal, que pode servir como um foco de infecção para os pacientes humanos.

 

*Atualizado em 28/5/2019

 

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identificar

Como identificar sinais de que seu pet está com dor?

Uma dúvida que sempre atinge os tutores é como identificar se o pet está sentindo dor, já que eles não falam. A verdade é que os pets, apesar de não falarem, dão muitos sinais que estão sentindo dores, mas de formas mais sutis do que os humanos.

Em primeiro lugar é preciso estar sempre atento ao comportamento do seu pet e, a qualquer sinal de alteração nele, observar e então levar até um profissional para avaliação.

Os pets costumam ser mais resistentes e tolerantes às dores que nós humanos, portanto dores leves são relevadas, o que pode ser um problema, já que pode levar a descoberta de doenças e problemas em estado avançado. Mas calma, veja alguns sintomas que podem ajudar a identificar dores na boca e auxiliar no tratamento o quanto antes, devolvendo a saúde e a qualidade de vida pro seu pet:

  • Mau Hálito: O bafinho é o primeiro sinal de que algo não vai bem na boca (pois boca saudávell não tem hálito ruim), inclusive podendo gerar dores.
  • Alterações no temperamento: Os pets podem apresentar agressividade e isolamento, principalmente se as dores são maiores.
  • Falta de Apetite:  O pet pode parar de comer para evitar sentir dor, o que pode gerar queda de energia e desmaios.
  • Passar a comer apenas ração molhada ou molinha
  • Apresentar gengivas vermelhas e sangramento ocasional: Se verificar pontos de sangue próximo a bebedouros e os potes de ração
  • Não deixar tocarem na cabeça ou próximo à boca: os pets podem passar a ficar receosos quanto o toque, pois sentem dor, e isso é um sinal para se ter atenção!  
  • Resmungos e gemidos: eles podem mudar a forma como miam ou latem principalmente quando fazem atividades que mexem nos locais de dor.

E para evitar problemas com dores na boca ou que seu pet volte a sofrer com problemas bucais, recomendamos tomar estes cuidados:

  1. Leve regularmente seu pet para fazer exames orais, limpeza de tártaro e radiografias de todos os dentes, mesmo que ele seja novinho. Apenas assim é possível identificar precocemente problemas mais sérios e seja possível fazer o tratamento adequado;
  2. Faça a escovação diária dos dentes do seu pet, prevenindo e retardando o surgimento e progresso da doença periodontal. Aprenda aqui como começar a escovar os dentes do seu amigão.
  3. Ofereça sempre rações de qualidade, pois a alimentação pode influenciar diretamente na saúde bucal do seu pet. Há diversos alimentos que ajudam a evitar o endurecimento da placa bacteriana, enquanto outros, mais secos, ajudam a criar atrito no dente durante a mastigação e retardam o acúmulo de placa (mas lembre-se: NADA substitui a escovação dental diária!).

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idade humana do seu pet

Entenda como é feito o cálculo da idade “humana” do seu pet

Até alguns anos atrás achava-se que, para descobrir a idade humana de um cachorro ou gato, bastava multiplicar o valor por 7. Mas isso é apenas um mito, e ultrapassado, pois a conta não é tão simples assim!

Durante o primeiro ano de vida de um cão seu desenvolvimento e amadurecimento é muito mais rápido do que o de uma criança humana, portanto, o correto é considerar que, com 1 ano, o cão tem o equivalente a mais ou menos 15 anos humanos!

Descobriu-se que outros fatores, como a raça do cão e seu porte físico, também influenciam diretamente na contagem da idade do pet. Cães menores vivem mais do que cães de grande porte, sabia? Ainda assim, cada raça dentro de cada porte amadurece e passa pelas fases da vida em tempos diferentes.

Um estudo realizado pela BBC do Reino Unido determinou uma forma que leva em conta diversas variáveis para se calcular corretamente a idade do seu cãozinho. Essas são as variáveis levadas em conta no cálculo:

  • Cada raça avança os anos e as fases da vida em velocidades diferentes.
  • Cada raça demora tempos diferentes em cada etapa da vida (filhote, juventude, vida adulta e velhice)
  • Os cachorros de raças pequenas tem juventudes curtas e longas vidas adultas (ou seja, amadurecem mais rápido mas vivem mais)
  • Já cachorros de raças grandes são o oposto, demorando mais tempo para atingir a maturidade (cerca de dois anos) e passam apenas mais alguns anos na vida adulta/velhice (cerca de 5 a 8 anos)
  • Cães sem raça definida, os famosos vira-latas, costumam viver cerca de 1,5 anos a mais que cães de raça.
  • Já para os gatinhos, a contagem da idade é feita de outra forma, pois os felinos tem um salto de desenvolvimento muito grande durante o primeiro ano de vida, que equivale a 15 anos humanos! Já no segundo ano, durante a juventude, ele já teria o equivalente a 24 anos.

Após os dois anos de idade, já na vida adulta, os felinos passam a ter um desenvolvimento mais lento, e considera-se que cada ano adicional equivale a cerca de 4 anos humanos. Portanto se seu gatinho tem 4 anos, o cálculo da idade humana dele seria de 32 anos!

Agora queremos saber: E se você fosse um pet, quantos anos caninos ou felinos você teria? Ficou curioso né? Por isso desenvolvemos uma calculadora que descobre quantos anos caninos ou felinos você teria hoje!

Para descobrir sua idade de pet, clique aqui e faça o teste!

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A importância dos exames pré-operatórios

Assim como são solicitados uma bateria de exames antes dos humanos realizarem qualquer procedimento cirúrgico, aos pets que são tratados no Odontovet também é solicitado alguns exames pré-operatórios.

Esses exames pré-operatórios são essenciais para que o dentista veterinário avalie se o paciente está apto para ter sua boquinha tratada adequadamente.

Nós solicitamos a todos os nossos pacientes, a princípio, os exames:

– Hemograma Completo
– Eletrocardiograma
– Função Renal e Hepática

Porém, durante o exame clínico, enquanto é avaliado com clareza como está a saúde do paciente e o que ele tem, é possível que seja solicitado outros exames complementares.

Todos os exames solicitados são feitos na clínica, e assim que o resultado chega do laboratório já é agendado o tratamento. 

Caso seu pet ja tenha feito os exames em até 3 meses, é possível usá-los durante a consulta, porém o veterinário irá avaliar se estão corretos, podendo solicitar novos exames. Por isso é importante avisar, no momento da marcação da consulta, há quanto tempo foram feitos os exames.

Lembre-se que os exames pré-operatórios solicitados são de extrema importância para que o dentista veterinário e toda equipe envolvida tenham a maior quantidade possível de informações sobre o pet, para assim poder tratar dele com tranquilidade, minimizando todos os riscos à saúde do pet e potencializando sua recuperação, além de ser uma forma de passar a segurança e a tranquilidade necessária ao tutor quanto à saude do pet.


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petiscos

Mitos e verdades sobre o uso de petiscos para melhora da saúde bucal

Muitas são as promessas feitas nas embalagens de petiscos, rações e outros produtos para pets sobre limpeza bucal e até controle de tártaro, mau hálito e muito mais, porém nem sempre todas essas promessa são verdadeiras, e por isso o Dr. Herbert Corrêa responde algumas perguntas que esclarecem um pouco mais sobre a real eficácia desses produtos:

Com tantos produtos cujo apelo é acabar com o mau hálito ou remover o tártaro ou manter a saúde bucal, quais critérios um tutor deve levar em consideração na escolha destes produtos?
Em primeiro lugar não se deve decidir pela compra de nenhum produto no balcão de uma loja ou no corredor de um petshop, ou até mesmo na internet. Existem muitos produtos que não cumprem aquilo que prometem! Então fique atento. A melhor maneira de escolher um produto é perguntando para um profissional veterinário especialista em saúde oral. Ele está familiarizado com os produtos que são sérios e a finalidade de cada produto. Este profissional irá primeiro avaliar o estado de saúde oral de pet e verificar se ele já precisa primeiro de um tratamento profissional para depois começar um programa de prevenção em casa através do uso de produtos. E por fim, este mesmo profissional deverá fazer o acompanhamento e verificar se o uso destes produtos está sendo eficiente na manutenção da saúde oral. Somente assim seu pet estará seguro.

Ossinhos e petiscos que prometem limpar o tártaro são confiáveis?
Não, pois essa não é a função destes produtos. A função destes produtos é diminuir o acúmulo de placa bacteriana, retardando o aparecimento da doença periodontal. Eles são indicados como coadjuvantes na manutenção da saúde oral, ou seja, para ser usado após uma limpeza completa realizada por um profissional.

Existe de fato algum alimento que evite o tártaro nos dentes dos animais?
Na realidade não. A escovação diária dos dentes ainda é a melhor forma de prevenir da formação do tártaro. Alimentos, snacks, petiscos e aditivos para serem colocados na água de beber tem uma ação limitada, ou seja, eles podem no máximo retardar o aparecimento do tártaro, mas nunca prevenir da mesma forma que a escovação, por isso não são substitutos

Brinquedos que dizem auxiliar na limpeza dos dentes são confiáveis?
Não exatamente, pois não existe um produto que entre no espaço entre a gengiva e o dente e remova as sujeiras ou o tártaro que já se acumulou abaixo da gengiva. Alguns produtos por seu formato e textura podem remover alguma quantidade de tártaro, mas jamais farão o papel do profissional veterinário especialista na limpeza dental.

 E os ossos naturais, eles limpam os dentes do cachorro?
Por sua dureza, ajudam na remoção de alguma quantidade de placa bacteriana e até de alguma quantidade de tártaro, mas não abaixo da linha da gengiva onde ocorre a doença periodontal. Além disso, exatamente por serem muito duros, podem quebrar os dentes, trazendo complicações como dor de dente, necessidade de tratamento de canal ou até extração do dente fraturado.

Existe algum órgão que regulamente a eficácia destes produtos que se dizem substitutos para limpeza bucal de cães e gatos?
Até o momento, não. O fabricante é o único que pode garantir a idoneidade de seus produtos. Algumas empresas são sérias e comprometidas com a saúde dos pets, enquanto outras são mais comprometidas com seus objetivos financeiros. E o cliente fica perdido em meio a tantas opções no mercado.
Esta preocupação ocorreu há cerca de duas décadas nos Estados Unidos. Então, especialistas, cientistas e pesquisadores juntamente com o colégio americano de odontologia veterinário se reuniram e fundaram o conselho veterinário de saúde oral (Veterinary oral health council – www.vohc.org), uma entidade idônea com prestígio mundial que estabelece critérios para a pesquisa da avaliação da eficácia dos produtos com o apelo de reduzir placas e cálculos bucais. Por sua vez, as empresas podem espontaneamente submeter as pesquisas de seus produtos para o VOHC, que avalia se estas pesquisas obedecem os critérios pré-estabelecidos e se os resultados são satisfatórios. Uma vez aprovados o VOHC confere um selo de aprovação para determinado produto.
É possivel conferir no site http://vohc.org/all_accepted_products.html todos os produtos com o selo de aprovação, pois alguns destes produtos já estão disponíveis no mercado brasileiro.

Após uma limpeza de tártaro ou tratamento periodontal, como posso prolongar os resultados, mantendo a saúde em dia?
Este é o momento ideal para usar produtos com a função de retardar o acúmulo da placa bacteriana. As rações, snacks, ossinhos e petiscos cujo formato e textura ajudam na remoção da placa poder ser usados como AUXILIADORES, nunca como substitutos.
Estes produtos podem receber a adição de substâncias que diminuem ou potencializem sua ação. Existem aditivos para serem colocados na água de beber com a função de reduzir o acúmulo de placa e há também alguns tipos de gel bucais com a mesma função de reduzir a placa, mas nada, absolutamente nada é capaz de substituir a escovação diária dos dentes.
Apenas cerca de 15% da população de cães e gatos mesmo não escovando os dentes ou tendo qualquer outra forma de cuidado odontológico não irão desenvolver a doença periodontal, pois são resistentes naturalmente.

Qual a forma mais eficaz de prolongar um tratamento periodontal?
A melhor forma ainda é a tradicional escovação diária dos dentes. Como ela não é uma realidade para a maior parte dos pets, então vale a pena lançar mão destes produtos citados como coadjuvantes na manutenção da saúde oral, e ninguém melhor que um dentista veterinário para acompanhar se o programa de prevenção está funcionando e quando será o momento onde será necessária uma limpeza dentária profissional. Nós do Odontovet recomendamos ao menos uma avaliação anual.
Porém, se notar a presença de mau hálito deve-se imediatamente procurar um profissional especializado.

 

 

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cães braquicefálicos

5 dúvidas sobre a saúde dos cães braquicefálicos

Os cães braquicefálicos são aqueles com “nariz amassado”, o que confere a eles uma carinha achatada e considerada muito simpática, como os cães da raça Pug, Buldogues, e Pequinês. Por isso a Doutora Michele Venturini explica como acontece a respiração dos cães braquicefálicos, os problemas que esta condição traz a eles e como o tratamento pode mudar completamente a vida desses pets. 

  • Meu cachorro ronca e tem muita dificuldade de respirar, o que fazer?Um cachorro braquicefálico roncar é considerado quase que “normal”, no sentido que a maioria deles, devido à sua formação, roncam, porém isso não é o certo. Se o pet tem dificuldade em respirar também, é importante levá-lo ao médico veterinário para uma avaliação.
    A dificuldade para respirar pode ser devido ao fato desses pets terem a narina muito pequena, fechada (o que é comum nas raças braquicefálicas) e por isso fazem força para puxar o ar pelo nariz (muito semelhante ao que uma pessoa que tem rinite sente nesta época do ano, com o nariz sempre entupido, dificultando a respiração pelo mesmo e etc).
    Além disso, a formação do focinho deles (achatado) também ajuda para que a passagem do ar seja difícil, pois todas as estruturas internas do nariz estão  “amontoadas”. O ronco pode também ser devido ao palato mole do cão estar alongado e, assim, quando o ar passa, ele vibra e até pode obstruir a entrada do ar na traquéia.
  • Mas porque meu cachorro ronca muito?
    Estas características, narina estreita e nariz achatado, fazem com que o cão braquicefálico faça muita força para respirar causando uma pressão negativa na região do fundo da boca (orofaringe). Esta pressão negativa acaba interferindo no formato do palato mole que, com o tempo, vai se alongando. Quando isso acontece, os roncos e a dificuldade para respirar aumentam.
    Às vezes, o aumento do peso (obesidade) também contribui para os roncos aumentarem, pois a gordura se acumula por todo o corpo, incluindo a região da garganta, estreitando ainda mais as vias respiratórias.
  • Quais problemas de saúde podem acontecer por conta da má respiração?
    Nos cães braquicéfálicos, a má respiração pode levar a um quadro chamado de síndrome do braquicefálico, na qual o cão apresenta várias estruturas da garganta (orofaringe) alteradas anatomicamente dificultando ainda mais o problema respiratório. Tem animais que com apenas 8 ou 9 anos de idade, não conseguem comer direito pois ou eles mastigam a comida e engolem ou eles respiram.
    Além disso, a troca do calor corporal nos cães é feita pela boca (pois eles não transpiram como nós) e também pela cavidade nasal. Nos cães braquicefálicos, esta troca de calor para manter a temperatura corporal é muito prejudicada por eles quase não terem nariz. Inclusive, se eles fizerem exercício em dia quente, a temperatura deles pode aumentar muito (hipertermia), levando a morte.
  • A rinoplastia em cães é uma cirurgia de risco?
    Quando o cachorro tem a narina estreita (e isso é aparente desde filhote), o ideal é fazer a rinoplastia (uma cirurgia considerada pequena) para abrir a narina e facilitar a entrada do ar. Desta forma, ele não fará tanta força para respirar durante toda sua vida, diminuindo as chances de desenvolver a síndrome do braquicefálico. Quanto mais novo o cão fizer a rinoplastia, melhor será para ele.
    É um procedimento rápido e seguro que pode ser feito no filhote à partir dos 5 meses de idade. No mesmo dia do procedimento já percebemos a diferença na forma dele respirar, aparentando muito mais silencioso e tranquilo.
  • Quanto tempo leva para realizar a cirurgia? O meu pet precisa ser internado?
    Para fazer a rinoplastia, o cão precisa ser anestesiado e o procedimento não demora mais do que meia hora normalmente. O que é necessário ver é se o paciente, além de ter a narina estreita, se também já não tem o palato mole alongado. Se for o caso, o ideal é já operarmos as duas estruturas (narinas e palato) no mesmo momento. E o ideal é fazermos isso com o cão ainda bem jovem, pois quanto mais velho ele for, mais as estruturas poderão estar alteradas, e os resultados podem não ser tão bons quanto no tratamento preventivo (ainda filhote). O tempo de cirurgia vai depender do que será necessário fazer e de quais estruturas estão acometidas.
    Em um paciente de mais idade, no qual a síndrome já está instalada, é muito provável que após a cirurgia (que provavelmente vai envolver narina, palato mole alongado e outras estruturas), ele deva ficar internado pelas primeiras 24 horas. Agora, se fizermos o tratamento preventivo (em um cão filhote ou jovem), normalmente o procedimento é mais rápido e o paciente já vai para casa no mesmo dia.

 

 

 

 

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problemas bucais

5 problemas bucais que mais afetam os pets

Na matéria produzida pelo site Clube para Cachorros, a Dra. Michele Venturini listou os 5 problemas bucais mais recorrentes em pets e explica em detalhes como cada um deles se manifesta.

Leia abaixo o texto da matéria publicado no site:

  1. Periodontite

Doença periodontal ou periodontite é a principal doença que pode comprometer os dentes e a boca dos cães. Segundo a veterinária dentista, aproximadamente 85% dos cães de três a cinco anos de idade já estão comprometidos com esse problema.

A periodontite surge através do acúmulo de placa bacteriana presente na boca do cachorro. Mesmo sendo uma característica fisiológica e normal, a placa pode aumentar se o tutor não realiza a higienização dos dentes do animal e então passa a ser um problema.

“Ela [a placa bacteriana] acaba se acumulando, se organizando, se calcificando (formando o tártaro) e se tornando agressiva para as estruturas dos dentes (gengiva, osso e ligamento que seguram o dente) e para o organismo”, ressalta Michele.

O primeiro sinal desse problema é o famoso “bafinho” nos cães. Nesse estágio é comum que o animal apresente apenas a gengivite, que é a inflamação na gengiva.

Com o passar do tempo, e sem o tratamento adequado, a doença avança. “Se não cuidarmos desta fase, a doença evolui para as estruturas mais internas (osso e ligamento) causando a destruição dos mesmos (periodontite). Os dentes ficam abalados (moles) e podem até cair sozinhos.”

Quando a doença periodontal já está muito avançada, os cães afetados podem demonstrar outros sinais de incômodo. Alguns passam a preferir rações mais umedecidas, outros deixam de roer ossos e há ainda os que passam a ficar mais quietos. Tudo isso, devido a dor que sentem.

“O ideal é não deixar a doença passar da gengivite pois, uma vez que ocorre a destruição dos tecidos mais internos, o processo é irreversível, sendo muito difícil voltar ao estado normal”, indica a médica veterinária.

  1. Fratura dos dentes

Existem diferentes formas dos cães fraturarem os dentes. Por exemplo, quando mordem ou roem objetos muito duros, estão expostos a esse tipo de problema dentário.

As fraturas dos dentes podem ocorrer também de forma acidental, quando cães brigam entre si. Outra forma desse incidente acontecer é quando cães ficam puxando grades ou portões.

“O melhor é sempre tratar assim que fraturou pois o dente quebrado e com o canal exposto, funciona como uma porta de entrada para as bactérias e um foco de inflamação que acaba comprometendo o resto do organismo”, orienta a dentista canina.

  1. Problema de dentes de leite (decíduos) persistentes

Um outro grave problema dentário em cães é a persistência de dentes decíduos. Essa situação é oriunda da não queda dos dentes de leite, os quais não abrem espaço para os dentes permanentes.

“Dois dentes não ocupam o mesmo espaço e se o dente de leite não for removido, o dente permanente pode se posicionar no local errado levando à problema de oclusão”, explica.

Para a cirurgiã dentista, raças como maltês, yorkshire, pinscher, spitz alemão anão e outras de porte pequeno, são as maiores vítimas desse problema.

Infelizmente, essa doença não pode ser prevenida. Contudo, assim que diagnosticada, deve ser tratada por um veterinário dentista. “Antigamente, se indicava esperar até um ano de idade para fazer a extração dos dentes decíduos, hoje o indicado é fazer antes para que o cão não tenha problemas de oclusão.”

  1. Tumores na boca

Devido a maior expectativa de vida dos cães, eles tendem a ter também uma incidência maior de tumores. Um deles é o tumor na boca, que segundo a Dra. Michele Venturini, surge com mais frequência em animais com idade avançada.

“Para os tumores, o quanto antes o mesmo for tratado, melhor para o cão. Assim, se começar a ter uma “bolinha” na boca que está crescendo, já é hora de fazer uma biópsia para saber o que é aquilo pois pode ser um tumor maligno”, relata a veterinária.

  1. Fraturas de mandíbula ou maxilar

Já as fraturas de mandíbula ou de maxilar são relacionadas à brigas, atropelamentos e até mesmo quedas. Para evitar tais situações, é importante que o dono cuide da segurança do animal.

Já as fraturas de mandíbula ou de maxilar são relacionadas à brigas, atropelamentos e até mesmo quedas. Para evitar tais situações, é importante que o dono cuide da segurança do animal.

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Dra Michele Venturini participa do II Ciclo de Palestras Sobre Neoplasias da Cavidade Oral

 A fundadora e sócia-proprietária do Odontovet, Doutora Michele Venturini, participou do II Ciclo de Palestras Sobre Neoplasias de Cavidade Oral em Cães e Gatos promovido pelo GEOV da Universidade Cruzeiro do Sul.

Na ocasião, foi convidada para ministrar a palestra “Relação das Doenças Periodontais com as Neoplasias de Cavidade Oral em Pequenos Animais”

Dra Michele Venturini

Todas nossas ações educativas, como palestras e workshops, são feitas de forma inteiramente voluntárias, pois nosso objetivo é sempre contribuir para a formação do médico veterinário. Você pode ler mais sobre nossas ações clicando aqui.

 

 

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